segunda-feira, 4 de julho de 2011

Caindo

E vamos segurando nos pequenos galhos pelo caminho, e vamos pedindo que voe aquela fênix espertalhona, vamos sem planos ou contratos. Quando sentimos um cheiro estranho tentamos olhar para o outro lado, mas nossas costas enferrujaram por ficar tanto tempo largadas ao tempo. Abrimos um guarda-chuva e sonhamos que já é dia, quando abro os olhos as estrelas já foram ofuscadas por esse tal sol. Garimpo em meio aos morros até que encontro a pepita que deixamos rolar naquele fim de tarde, quando ainda de mãos dadas você me levou para casa e disse até logo. Eu não compreendia, eu não sabia o que vinha depois de tanta alegria, e no dia seguinte contato era ocasional.

Roupas estranhas, sapatos coloridos, faixas no cabelo, um pouco de batom, um colírio engarrafado nas montanhas. Dias e dias sentada na boca da chaminé vendo as estrelas caírem do céu. Dias e dias esperando o pombo correio. Dias e dias escrevendo os bilhetes de resposta. Noites e noites escolhendo os cobertores. Manhãs nas quais pedia para continuar noite e noites em que pedia para amanhecer logo. Mas hoje largo o lápis, rasgo os papéis e espero que a matéria decante, para que possamos começar um novo show de nado sincronizado.