quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sempre esquecia o que dizia, alguns falavam que era por culpa das coisas que tomava. Intuía tantas coisas do mundo que se perdia em pensamentos sem sentido. Um dia virou andarilho, cortou os cabelos e comprou novas escovas de dentes. Saiu, foi ver o mundo, foi conhecer. Ao final, que espanto, que estranheza, ainda era a mesma. O suor sempre lhe escorreu pela testa, sempre quis ter mais irmão do que cabiam em seus dedos, nunca quis filhos. Mas queria alguns bebês, às vezes.

Era triste quando triste, e se alegrava quando alegre. Corria sempre que tinha pressa, e sentava para ver o sol se por sempre que tinha tempo. Comprou um cachimbo certa vez, mas não sabia bem como usar. Sentia-se transbordando de tanto sentir de formas diferentes. Por vezes sentava e ficava em total silêncio por horas. Sempre teve medo, mas também sempre foi muito corajosa. Gosta de piquenique, não gosta de grama alta. Voa mesmo sem avião, e sorri para o entregador de pizza.